Coisas que eu gostaria de saber entre meus 18–23 anos

Guilherme Góes
5 min readAug 10, 2020

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Foto: Jordan McQueen — Unsplash

Aqui no Medium™, há diversos posts com títulos “Lista de coisas que eu gostaria de saber quando tinha 20 anos”, “X conselhos para o “meu eu” de 20 e poucos anos” e coisas do tipo (aliás, suponho que essa temática componha uma parcela relevante das postagens em língua inglesa nessa plataforma).

Após analisar algumas informações dessas publicações e me identificar com certos relatos, confesso que decidi fazer a minha própria lista de coisas que gostaria de saber quanto tinha entre 18–23 anos. Certamente, esse foi um período de grandes experiências e aprendizado, porém, confesso que também cometi alguns erros e que poderia ter uma posição melhor caso fosse um pouco mais inteligente. Aqui vão alguns relatos, e eu realmente ficaria feliz isso pudesse ajudar alguém.

- Estude sobre educação financeira

Eu gostaria de ter tido algum conhecimento sobre educação financeira quando era mais novo. Certamente, um dos maiores arrependimentos que tenho na vida foi de não ter ido procurar informações sobre o mercado de ações quando tinha entre 18–23 anos (e, principalmente, não ter investido R$3,000 em ações da empresa Magazine Luiza™…).

De fato, a maioria das pessoas na faixa etária dos 20 anos não possui nenhum conhecimento sobre educação financeira. No meu caso, eu tenho total certeza que estaria em uma posição infinitamente melhor caso tivesse tido algum contato com esse mundo antes e me aprofundasse no assunto. Quanto mais cedo você começar a pesquisar sobre o mundo dos investimentos, melhor será a sua situação no futuro. Sendo assim, leia o máximo de informações sobre aplicações em renda fixa, renda variável, como enviar dinheiro para uma corretora e como cuidar melhor dos seus rendimentos. O assunto não é tão difícil quanto parece, e você pode começar assistindo vídeos de alguns especialistas no Youtube™.

- Deixe o passado no passado

Uma das coisas na qual eu mais me envergonho de ter feito na vida foi de ter ido atrás de uma pessoa que costumava ser importante em meu passado e tal situação ter acabado de forma relativamente constrangedora.

Vale a pena ficar indo atrás de pessoas que participaram de sua vida no passado ou ficar remoendo coisas que já ocorreram há alguns anos? Embora existam exceções, a resposta quase sempre é não. Se tais pessoas ou coisas realmente valessem a pena, elas estariam em seu presente.

Há pessoas na qual eu compartilhei momentos felizes no passado, porém, reconheço que o futuro com esses indivíduos já não seria tão bom ou igual ao que costumava ser. Também existem coisas que eram importantes, mas hoje em dia, já não dizem nada mais.

Jamais fique procurando fotos, perfis em redes sociais de pessoas que participaram da sua vida no passado ou fique revirando coisas antigas que já não possuem relevância alguma. Substitua esses hábitos por leitura, meditação e estudos sobre desenvolvimento social.

- Não poste cada detalhe de sua vida nas redes sociais

Houve uma época em que eu estava emocionante abalado e acabei postando coisas indevidas na rede social Facebook™. Após meu quadro depressivo ter melhorado um pouco, reconheci que boa parte de minhas postagens eram constrangedoras e que algumas de minhas afirmações eram verdadeiras vergonhas alheias.

Infelizmente, nem todos os seus “amigos” nas redes sociais realmente te admiram. Algumas pessoas podem passar na sua cara alguma besteira que comentou no passado por anos. Além disso, em determinado momento, você realmente pode acabar postando algo na qual irá se arrepender profundamente no futuro.

Sendo assim, evite expor detalhes de sua vida pessoal nas redes sociais. Use-as com consciência, e tente abordar temas inteligentes sobre seu trabalho, hobbies, estudos ou notícias nesses espaços virtuais.

- Você não precisa expressar sua opinião sobre tudo

Quando era mais novo, já cheguei a comentar de maneira relativamente desrespeitosa sobre o que os outros estavam fazendo ou deixavam de fazer. Atualmente, reconheço que tal atitude é completamente ridícula.

Hoje em dia, reconheço que ninguém é obrigado a aceitar a minha visão de mundo e que ninguém é obrigado a aceitar as mesmas teorias e verdades que eu carrego. Cada um trabalha com o que quer, estuda o que quer, gasta o seu dinheiro com o que quer e por aí vai.

Sendo assim, mantenha sua opinião para si mesmo, e não fique externando o seu ponto de vista como uma máxima absoluta para todos. Isso não é sinceridade, mas sim falta de educação.

- Cultive o hábito da leitura e tenha paixão pelo mundo intelectual

Por mais clichê que possa aparecer, tal afirmação é completamente verdadeira: o hábito da leitura muda vidas.

Estudei em colégios públicos por quase toda a minha vida educacional e terminei o ensino médio com grandes defasagens. No entanto, em determinado momento (sendo específico, um pouco antes de entrar na “casa” dos 20 anos), comecei a ter um interesse absurdo por notícias, livros, documentários e palestras. Desde então, foram poucos os dias na qual fiquei sem absorver algum tipo de conhecimento. Além disso, boa parte das oportunidades que tive no começo da minha vida adulta veio diretamente como resultado do meu interesse e curiosidade em sempre querer conhecer coisas novas.

Se você é jovem, leia o máximo que puder.

- Por mais surreal que possa parecer, ficar desempregado é melhor do que estar subempregado

Desemprego ou subemprego? Duas opções que não são nem um pouco agradáveis, mas que são as únicas alternativas para a grande maioria dos Brasileiros. Quando se trata dessa escolha, o que resta é selecionar a opção “menos pior”.

Ficar desempregado pode ser algo bastante incômodo, porém, até que ponto vale a pena se submeter a um subemprego para ganhar um salário minguado, gastar quatro horas diárias em transportes públicos que não fornecem o mínimo de conforto, receber assédio moral de colegas de trabalho e “engolir em seco” todo tipo de desaforo de clientes, lidar com cansaço, ser humilhado por chefes, dormir pouco, comer mal e acabar debilitando a saúde dia após dia?

Quando tinha exatos 20 anos, trabalhei em um subemprego de auxiliar administrativo onde sofria diversas humilhações diárias. Devido a esse serviço, acabei desenvolvendo depressão, ansiedade, entrei em um estado inicial de síndrome do pânico e comecei a consumir bebidas alcoólicas em uma frequência assustadora. Confesso que só não acabei completamente invalidado, internado em uma clínica psiquiátrica pelo o resto da vida ou cometendo suicídio porque o destino me deu uma chance de recomeçar. Além disso, já li dezenas de relatos na internet de pessoas que acabaram comprometendo a saúde física e mental por causa de subempregos, e hoje precisam de acompanhamento profissional devido as humilhações e traumas resultantes de trabalhos nada agradáveis.

Obviamente, se você trabalha em algum subemprego, é porque não tem nenhuma opção melhor. No entanto, caso possua uma alternativa minimamente diferente, é muito mais inteligente procurar outra oportunidade (emprego qualificado, estudar para concursos públicos ou vestibular de instituição de ensino federal) do que ficar morrendo aos poucos por causa de algum serviço insalubre e estressante na qual jamais irá oferecer nenhum tipo de expectativa de progresso.

Eu poderia citar mais diversas coisas que gostaria de saber, mas acho melhor ficar por aqui. Siga esses conselhos e provavelmente você irá levar uma vida muito mais leve!

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Escrevo sobre o que tenho vontade, sem compromisso em tentar emular algum tipo de intelectualidade ou agradar terceiros.

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