Ouvinternautas: O público e sua nova relação com a rádio através da internet
Trabalho faculdade Fiam/Faam
Durante muitos anos, a única forma de obter informações através das rádios AM/FM era sintonizando nas estações de transmissão utilizando algum aparelho de som — seja com dispositivos portáteis como os clássicos Walkmans e Diskmans ou com o grande sistema de áudio do Home theather, que costumava ocupar uma sala de estar inteira.
Como resultado dessa falta de mobilidade, acompanhar um programa de rádio nem sempre era uma tarefa simples. O público sempre necessitava aguardar o início do show e fazer alguns planejamentos em suas atividades diárias para não perder a transmissão de seu show favorito. Caso houvesse algum impedimento que atrapalhasse o espectador de ouvir a transmissão no horário marcado, a única solução era gravar o material com uma fita K7 (opção nada viável em questão de tempo ou até mesmo avaliando o lado financeiro).
No entanto, com a popularização da internet, a relação do público geral com o rádio sofreu alterações radicais. Embora o modelo tradicional de se ouvir rádio não foi completamente descartado, podemos dizer que acompanhar os programas de forma online se tornou muito mais conveniente.
Através da internet, o “ouvinternauta” — apelido para rotular o público que acompanha transmissões de rádio online — pode ouvir rádios através de tablets, smartphones, notebooks, computadores e diversos outros gadgets. O ouvinternauta tem a possibilidade de acompanhar seus programas favoritos quando bem entender, já que os conteúdos ficam salvos nas páginas dos portais. Além disso, o ouvinternauta pode participar ativamente nas transmissões através de salas de bate papo e e-mails, não sendo apenas um espectador passivo, mas tendo a possibilidade de também ser um criador de conteúdo.
Grandes portais como o Bandnews e CBN já reconhecem a importância dessa modalidade de se fazer radiojornalismo. Essas empresas estão realizando investimentos pesados em modernização e infraestrutura para atender e explorar as novas demandas do público.
Alguns profissionais do jornalismo afirmam que a internet tirou o espaço da rádio. Tal conclusão é completamente errônea. A internet aumentou o “leque” de opções para criar radiojornalismo, beneficiando tanto o público passivo como os criadores de conteúdo.