Raskólnikov latino e periférico
Certa vez, li um livro do autor russo Fiodor Dostoiévski chamado “Crime e castigo”. Nesta obra, o personagem principal tinha seus pensamentos oprimidos e massacrados pelo pequeno e deplorável quarto em que vivia, pois já que passava a maior parte do tempo dentro daquele espaço hostil, não conseguia elaborar bons pensamentos ou ter uma visão positiva sobre absolutamente nada na vida.
Particularmente, acho que essa é mesma situação das pessoas que vivem em grandes cidades brasileiras, cercadas pelo desastre estético, paisagens pós- apocalípticas e barulhos pernósticos infernais que sequer permitem a compreensão dos próprios pensamentos.