Resenha: Between And Buried And Me em São Paulo (15/03/2020)

Guilherme Góes
4 min readMar 24, 2020

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Foto: Dayanne Mello

Em meio ao caos completo, com os cancelamentos de praticamente todos os shows e eventos em São Paulo, devido ao COVID-19 (novo Corona vírus), a banda estadunidense Between And Buried And Me decidiu manter a sua apresentação na Fabrique Club, marcando o fechamento oficial das cortinas de concertos no local.

A estreia do grupo de metal progressivo em palcos brasileiros contou com o suporte dos paulistas do John Wayne.

Com baixa movimentação de fãs nos bares da Rua Barra Funda e sem fila de entrada, a abertura da casa ao público geral ocorreu pontualmente às 18h.

Quem resolveu arriscar, ficou mantido sob discotecagem interna de metal extremo antes do concerto. Além disso, devido à baixa aglomeração, os presentes conseguiram conferir e comprar o merch oficial exclusivo dessa turnê de forma totalmente conveniente.

Ainda com a plateia bastante reduzida, a banda John Wayne iniciou o seu set às 19 horas. O grupo paulista de deathcore, conhecido por ter ganhado enorme notoriedade na cena underground nacional durante a década passada, apresentou um setlist repleto de novidades, destacando músicas do novo álbum Purgatório (2019), entre elas: ‘Crucificados’, ‘Abel’ e o novo single ‘Caminho das Pedras’. Além das canções exclusivas, as conhecidas ‘Pesadelo Real’ e ‘Tempestade’ marcaram presença na apresentação.

Após 50 minutos de peso e extrema técnica, a performance foi encerrada com ‘Aliança, PT II’.

Seguindo uma pausa para a troca de instrumentos, os integrantes da Between And The Buried Me surgiram no palco da Fabrique ao som da intro Naked by the Computer, emendando, rapidamente, a música Astral Body. Em seguida, o grupo apresentou a canção Lay Your Ghosts to Rest, mas a execução foi interrompida devido à interferência de um fã que desajustou os pedais do guitarrista, Paul Waggoner, na tentativa de realizar um stage dive.

Depois da pausa de alguns minutos, a apresentação seguiu com algumas outras obras importantes da carreira do quinteto, entre elas: The Coma Machine, Mirrors e Condemned to the Gallows.

Apesar da apresentação empolgante e matadora do vocalista Tommy Rogers, o público permaneceu quieto durante todo o set, apenas acompanhando os coros e observando atentamente cada nota executada.

Após a performance de Voice of Trespass, o grupo encerrou a primeira parte do show.

Ao retornarem ao palco, os integrantes agradeceram a presença e o apoio de todos os presentes em um momento extremamente delicado.

O quinteto encerrou a noite com um bis composto pelas músicas Selkies: The Endless Obsession, Viridian e White Walls. Antes de sair, Tommy afirmou que a banda pretende retornar ao Brasil o mais rápido possível.

Mesmo com todos os riscos, o Between and Buried Me decidiram manter a sua apresentação, entregando aos fãs uma presença de palco magnifica e digna de respeito, mostrando o porquê de ser uma das bandas mais respeitadas entre o metal progressivo.

Fotos:

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Escrevo sobre o que tenho vontade, sem compromisso em tentar emular algum tipo de intelectualidade ou agradar terceiros.

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